Continuamos nossa nova iniciativa no blog: publicar, a princípio semanalmente, reflexões mais curtas e mais leves compartilhadas por Giuliano Casagrande em suas redes sociais, especialmente o Facebook, e que julgamos dignas de também serem fixadas aqui! Queremos variar um pouco o conteúdo e não presentear o público apenas com suas produções mais densas, rigorosas e cheias de citações, mas também com “gatilhos para o pensamento”, que vamos chamar aqui de textos breves.
Nesses tempos de falta de conteúdo nas mídias digitais, mesmo esses parágrafos podem não parecer “breves” o suficiente, mas a contribuição de Giuliano para levantar o debate entre seus contatos constitui tamanho diferencial que mereceria mais divulgação! Encorajamos a entrada em nosso grupo do Facebook, para quem ainda tem aí uma conta, no qual as reflexões também aparecem e você pode entrar diretamente em contato com ele. Porém, também pedimos a divulgação exatamente desta publicação em suas redes e entre seus amigos, a fim de espalhar cada vez mais o materialismo filosófico!

CIÊNCIA
Método fácil de apanhar um oligofrênico em flagrante de delito: interrogar sobre a natureza da “descoberta” de Darwin. Se nosso amigo citar a descoberta de novos fatos, devemos imediatamente reconhecer que estamos diante de um tolo. Concepção ingênua de ciência. Eureca! Darwin viajou ao redor do mundo e descobriu tantos fatos novos! Ele viu a evolução em curso... Santa ingenuidade!
Ver o mesmo, concluir o oposto. Darwin recebeu inspiração de sua viagem a bordo do Beagle. Uma inspiração atua ao nível psicológico, subjetivo. Faz parte da esfera da heurística (arte psicológica da descoberta), e não da justificação. Da mesma maneira, um indivíduo pode convencer-se da miséria do mundo e da obscenidade das teodiceias ao visitar um hospital. Não há nada de objetivo nisso. Os fatos observados em hospitais são objetivamente cediços.
Ver o mesmo, concluir o oposto. Ver o novo dentro do velho. O último órgão descoberto pela ciência é, paradoxalmente, um velho conhecido – o mesentério, membrana que envolve e sustenta o intestino. Um sem-número de cirurgiões e anatomistas viu o mesentério. Mas não enxergou nele um órgão unitário, e sim vários fragmentos. Trata-se de reaprender a ver o mundo.
Darwin dificilmente descobriu um fato novo. Louis Agassiz, um zoólogo muito mais instruído do que Darwin, viajou pelo mundo, teve acesso às mesmas (e a muitas outras) observações – no entanto, chegou a conclusões opostas.
A essência da contribuição de Darwin: coligar fatos dispersos e elaborar técnicas de convencimento psicológico. Domesticação de cães e pombos: um antigo mesentério. Anatomia comparada: outro mesentério já centenário à época de Darwin. As espécies das Galápagos: mais uma velha novidade mesentérica...